quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sobre Jazz

Entre as minhas muitas tentativas de aproximar os meus números á arte, esta semana resolvi poupar algum tempo de sono para ouvir jazz num "jam sessions" que descobri lá no fim da minha rua e adorei. É algo que me inspira, me enche a alma de boemia. É simples e é na simplicidade que se torna deliciosamente num plano de fundo para a vida.
Não sou uma entendida no assunto, que me desculpe Davis, Coltrane ou Parker. Não discuto estilos, não entendo nada de arranjos ou tons ou melodias cuidadosamente compostas para impressionar os leigos. O que o jazz me dá é só sentimento, coisa de dentro, poesia, imaginação, sonho. É um embalar que me leva de volta para o futuro, para o passado e para outro lugar qualquer que não este.
Fico a imaginar os anos 60, 70 em Chicago, Manhatan ou mais tarde, o Rio de Janeiro com a bossa de Jobim e Edgberto. Dá vontade de sentar na varanda, de frente para a cidade adormecida, beber um chá, um vinho ou cerveja mesmo, deixar a música rolar, deixar o coração bater e o futuro chegar.

2 comentários:

Thiago Kuerques disse...

Nossa, que gostoso ler assim. Que satisfação de te ver tão sóbria. E apaixonante sempre é o Jazz. Eu ouço sempre no celular voltando do trabalho, olhando através da janela do ônibus a Baia de Guanabara, a Ilha Fiscal, Candelaria, Praça XV, Ponte Rio-Niterói... coisas que sua memória lembra bem. Apaixone-se mais.
Os mais despretenciosos textos são os mais belos.
Te amo!

Anónimo disse...

Bravo, bis, show, maravilhoso....
Tive que me valer de algumas expressões que usamos pra externar nossa admiração por algum show ou música que nos toca, pra mostrar como estou maravilhado com o seu texto e como ele traduz de forma sublime e verdadeira o poder da música, mais especificamente o jazz.
Tenho certeza de que Miles, John e Charlie não só vão desculpá-la, como estão felizes e agradecidos por sua apaixonante homenagem.
Aninha, parabéns por sua descoberta e parabéns pela qualidade do seu texto. Esse é o rítmo.

Beijos,
De alguém que gosta tanto de jazz e blues que trocou sua ferramenta de trabalho, um laptop, por um Sax.