sábado, 13 de setembro de 2008

Acaso ou destino?

Virar a esquina e esbarrar em alguém pode ser um breve acaso. Dormir e sonhar com o professor bonitão de matemática pode ser um breve acaso. Aquela mensagem de madrugada que o meu melhor amigo mandou pode ser apenas uma acaso sem explicação. O livro que ganhei de presente também foi meramente um acaso. A música que tocou na rádio enquanto eu lembrava de você foi simplesmente um pequeno acaso. Mas ter te encontrado naquela noite estrelada foi o destino. E foi bem planejado. Aquela sua camisa verde. Aquele pedaço de bolo. A música que fizeram. Os sorrisos que nos fitaram. Aquela sensação de amor instantaneo, como se fosse possível. E era. Quase história de filme. Amor á primeira vista. Enredo apaixonante. Trilha sonora repetina, qualquer coisa bastante nacional para dar algo de realidade ao sonho. Um beijo que ficaria eternamente gravado na mémoria inquieta que não desiste de lembrar. Aquele suspense romântico e melódico de quem encontra a beleza da alma. Um amor de contos. Só ainda não teve final feliz, mas promete.

domingo, 20 de julho de 2008

Para me encontrares...


"A árvore foi a forma de te ver
E desci para abrir a casa.
De me teres visitado e avistado
Entre os ramos
Fizeste-me passagem
Da folha ao voo do pássaro
Do sol à doçura do fruto.
Para me encontrares me deste
A pequenez."

(Daniel Faria)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A viagem


Naquele dia, acordei com um sorriso que não conseguiria descrever com todas as palavras bonitas que conheço. Levantei-me da cama quase aos pulos, disse tantas vezes "obrigada" pelo caminho até a cozinha que a minha gratidão já existia para o resto da minha vida. Bebi um café doce. Doce era a sensação que eu sentia vibrar no meu coração. Já estava tudo pronto. As malas arrumadas e empilhadas no carro lá fora a minha espera. A minha mãe gritando para eu não demorar (e chorando ao mesmo tempo). Tinha que me apressar. Não podia perder aquele vôo. O vôo que me devolveria tudo de mais importante que consegui conquistar. Tomei um banho apressado. Mas deu tempo suficiente para cantarolar a minha alegria. Cheguei ao aeroporto como se aquele lugar fosse quase o paraíso. Tive tempo de atender alguns telefonemas de amigos que se despediam. Abraçei a minha família que ficou (e que só iria dias mais tarde). E embarquei. Para uma viagem curta (devido a falta de tempo) mas para a viagem mais importante da minha vida. Eu estava indo de férias para o Brasil, depois de tanto tempo, depois de tantas saudades acumuladas e choradas. O dia chegou. Não era mais nenhum sonho. Eu estava indo para lá. E mais do ver de novo o lindo Cristo Redentor do meu Rio de Janeiro, iria reencontrar os meus amigos, a minha segunda família... O meu irmão estava me esperando no aeroporto do Rio. A gente tinha tudo combinado. Era surpresa pra quase todo mundo. Mas dele eu não consegui esconder. Como sempre. Como aconteceu durante os anos que passamos longe. A viagem parecia nunca mais acabar. A minha ansiedade é que não acabava mesmo! Não consegui dormir imaginando a cara dele quando me visse, imaginando o nosso longo abraço, imaginando as horas de conversa que teríamos, imaginando tudo o que a gente iria lembrar, chorar e rir. E imaginando que eu não precisaria imaginar mais nada disso. Mais algumas horas e seria tudo real. Cheguei no desembarque do aeroporto depois de perder algum tempo a procura das malas, eram muitas por causa dos presentes. Quando eu sai, ele já estava lá. Rindo e ao mesmo tempo sem saber o que fazer. Só me lembro de correr e chorar e rir e abraçar e beijar e apertar bem forte aquelas costelinhas dele. Só me lembro que aquele momento era bem melhor que os meus sonhos. Eu tinha acabado de reencontrar o meu irmão. O motivo para quase tudo na minha vida. A razão que me fez voltar. Ele me olhou com aquela cara de quem me conhece mais que todo mundo. A gente nem precisava dizer nada. A gente já sabia que seria assim. Fomos para a casa. A casa dele. Ou melhor, a nossa casa. Era só por uns dias. Fazia parte da surpresa ficar escondida lá. Fazia parte do plano "matar saudades" também. Abraçei forte a minha segunda mãe quando entrei pela porta da cozinha. Ela já não lembrava muito bem de mim, mas me reconheceu. Deixamos escapar lágrimas. Era tão bom me sentir em casa daquela forma. Era tão bom ter o braço do meu irmão no meu pescoço. O sorriso dele. A nossa alegria. E eu tinha a sensação que nada no mundo poderia superar aquele grande amor. O calor não vinha só do sol e do maravilhoso clima tropical da minha terra. O calor vinha do coração aconchegado. Mais felicidade que essa nunca vi, senti nem idealizei. Mas sabia que existia. Expreimentaria no dia seguinte quando visse a família toda reunida de novo, como prometemos um dia. O Gustavo (irmão mais novo) não ia dormir em casa. Eu ainda não tinha visto o "meu fortinho do cabelo louro". Teria que aguentar mais um bocadinho. E estar naquela casa depois de tanto tempo me fazia pensar que os acasos da vida são pequenos motivos de Deus. Estar ali, naquele sofá, no colo do meu irmão depois de chorar tantas vezes pela falta dele, me trouxe a certeza de que os amigos de verdade permanecem... Eu pedi pra ele fazer pipoca pra mim, como nos velhos tempos. Ele fez e a gente começou a contar todos os episódios da temporada que passamos longe. Passamos a madrugada toda assim. E eu poderia passar o resto da vida. Adormeci imaginando o dia seguinte, os outros reencontros...

P.s. Dedicado a Thiago Kuerques, o meu irmão. A história do nosso reencontro. Como eu prometi. Está quase a chegar... Eu te amo!

domingo, 13 de julho de 2008

Charles Chaplin

“Hoje levantei-me cedo a pensar no que tenho de fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está a chover ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso reclamar sobre a minha saúde ou agradecer por estar vivo. Posso queixar-me dos meus pais por não me terem dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter um trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus pela oportunidade da experiência. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planeei, posso gastar os minutos a lamentar-me ou ficar feliz por ter o dia de hoje para recomeçar. O dia está à minha frente á espera de ser vivido da maneira que eu quiser E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma às ideias e utilidade às horas. Tudo depende só de mim."

sábado, 12 de julho de 2008

Radical como a alegria...


Não importa o que acontece lá fora. A alegria vem de dentro. Vem da escolha que fazemos entre reclamar ou agradecer. Faz parte de um limiar súbtil que condiciona opiniões e pensamentos. Está a condicionar-me agora. O que será o dom de ser alegre? Talvez seja achar piada nas pequenas coisas. Encontrar sentido nas maiores loucuras. Fazer com que um sorriso seja mais importante que agradecimentos prévios. Acreditar que o dinheiro não é problema, é solução. E por vezes, a solução pode ser a falta dele. Alegria é rir sem saber porque. É olhar o mar quando o sol se põe. É sentir o vento no fim da tarde. Alegria é acreditar que nenhum problema tem força suficiente para causar sofrimento. Sofrer ou não, faz parte das nossas escolhas. Alegria é perdoar pequenos atritos, esquecer problemas passados. Não se preocupar com o orgulho, nem com o julgamento dos outros. Alegria é ver com os olhos do coração, sem medo. É doar sem esperar retorno. É partilhar a vida com Deus. Saber da Sua presença. É sonhar. É amar. Alegria é aceitar a vida como ela é. Livre, bela... E perceber que não é preciso muito para ser feliz. Basta ser alegre nas pequenas coisas, nos mínimos minutos, mesmo durante dias dificeis, diante de pessoas dificeis... Alegria é curar-se com fé e viver com amor.

Ouvi uma frase que a muito tempo está a ecoar na minha cabeça... "NADA É TÃO RADICAL COMO A ALEGRIA."

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Boas vindas...

Tive a pensar numa maneira de inaugurar bem esse espaço. É claro que tenho a consciência de que não sou nenhuma escritora. O que alivia um pouco a minha responsabilidade. Mas confesso que a minha intenção aqui é viver de verdade o que sinto no meu interior. E isso acaba por se tornar um desafio. Quero encontrar as palavras certas, ou talvez apenas, palavras suficientes para me aliviar o pensamento. Quero passar experiências, opiniões, textos meus e outros copiados. Não importa. Quero ter a liberdade de voar o mais alto que puder, mesmo que presa em frente a um computador. Quero olhar outros horizontes e aprender. Quero ser vista aqui e saber aconchegar. Na verdade, quero oferecer aconchego, amor em forma de carinho, compreensão... Quero PARTILHAR como me ensinaram... Que sejam pequenas verdades feitas de acasos. Que sejam pequenos acasos que não existem... Que sejam todos bem vindos.