sábado, 17 de setembro de 2011

Marisa Gil

"Insistir naquilo que já não existe é como calçar um sapato que não te cabe mais... Machuca, causa bolhas, chega a carne viva e sangra. Então é melhor ficar descalço! Deixar livre o coração, enquanto vive. Deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente cresce, o número muda! Às vezes você tem que esquecer o que você quer pra começar a entender o que você merece."

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Verônica Heiss


Se por acaso fujo, não é por falta de luta. Qualquer abandono exige coragem. Qualquer fuga tira um pedaço de nós que não volta. É preciso força até para desistir

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desapego é foda!

Eu tenho uma certa dificuldade em me afastar das pessoas sem um motivo plausível (e com um motivo também) porque eu realmente acredito que ninguém se encontra por acaso. Mas isso é outra história. Eu estou tentando e isso já é um sinal enorme de aceitação da minha parte, não fiz nada para mudar ou impedir, me conformei. Logo eu que sempre achei que se conformar com algo que não se deseja é coisa de gente fraca! Tudo bem, aceitei com a desculpa de estar praticando o desapego. Afinal, durante toda a vida, há pessoas indo e vindo e parando para pensar, não é tão ruim assim. Mas eu confesso: gostaria de ter evitado tal constrangimento! Porque ficar nessa preocupação irritante, nesse exercício de lógica, nessa concentração inútil para não aliviar o estômago de uma vez e te mostrar que eu estou aqui e sou de confiança... é uma sacanagem!

Se quiser mesmo saber

Você quer mesmo saber? Eu acho uma treta essa regra de não invadir espaços nem zona de conforto alheia. Não ultrapassar limites, não desrespeitar decisões. Não pisar o risco, não quebrar o silêncio, a razão, o porta-retrato. Manter a distância, o respeito, o equilíbrio. Essa farsa de exibir uma postura erecta e um ar de segurança não funciona nem nas novelas e todos os filmes que ganharam o Óscar se aproveitaram de lágrimas que todo mundo esconde debaixo da vergonha. Você quer mesmo saber? Acho uma treta fazer tudo certo, não incomodar ninguém e seguir ao sabor do vento, como se a tranquilidade pudesse ser adquirida em qualquer loja de conveniência. Ninguém lembra do que não faz doer, não faz sonhar, não faz morrer de dúvida, de vergonha ou de felicidade. Ninguém pára no meio do caminho, no meio da oração, do filme, do orgasmo. O quase, morno, mais ou menos e o nem tanto assim é uma invenção imbecil dos covardes. E tenho dito.

Vida interior

O que a gente faz com tudo o que não diz, não vive, não acontece? O que a gente faz quando não é permitido abraçar, proteger, cuidar de quem a gente gosta? O que a gente faz com todos os sentimentos que não são digeridos, que ficam batendo na porta dos pensamentos insistentemente, querendo sair, querendo explodir de uma vez por todas? Me diga, o que a gente faz com um coração que não nos deixa em paz? Guardamos tudo. Vira vida interior. E depois nos contorcemos em aguentar o peso de dentro ao mesmo tempo que parecemos normais, simpáticos, sorridentes e equilibrados. E é um saco ter que sobreviver em duas vidas paralelas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cada um tem o seu

Acho que todos nós temos um defeito, dos mais graves da nossa colecção, com o qual temos de lutar a vida toda. O pior dos meus é o apego, essa mania de mergulhar de cabeça sem pará-quedas, máscara de oxigênio ou qualquer tipo de protecção. O problema é que o defeito do resto do mundo é ser bem mais esperto do que eu.

sábado, 20 de agosto de 2011

Não existe mais ou menos

Eu gosto de ser incomodada. Gosto que me tirem o fôlego, me deixem constrangida, nervosa, agitada. Eu gosto dos pingos nos is, do celular em cima da mesa, das mentiras espalhadas pelo chão. Gosto de gritos, gemidos e música alta. Gosto de quem despe a alma de preconceitos, medos e traumas e de quem joga na cara o que pensa sem pesar. Eu gosto dos extremos. Porque ninguém é bonito mais ou menos, simpático mais ou menos. Muito menos, feliz mais ou menos! Os equilibrados que me perdoem, mas eu prefiro a confusão. Nada de economia, jogos de sedução, cartas pela metade, "eu te amos" sem emoção, sorrisos amarelos, entrelinhas, silêncios prolongados. Essa vida acontece tão de repente que é um desperdício esperar. É um desperdício manter a pose, contrariar o coração, evitar o risco! Acho extremamente irritante que não se permite, quem fica medindo os sentimentos e as palavras como se tratasse de encontrar uma fórmula contra a vulnerabilidade. Quem não se conhece vulnerável, não conhece a delícia de se sentir protegido! Acho realmente uma perda de oportunidade essa gente que prende o riso, o suspiro, segura a lágrima e vive só de razão. Tenho preguiça de quem não comete erros, gafes, indelicadezas. Para quê estamos aqui, afinal?