sábado, 20 de agosto de 2011

Não existe mais ou menos

Eu gosto de ser incomodada. Gosto que me tirem o fôlego, me deixem constrangida, nervosa, agitada. Eu gosto dos pingos nos is, do celular em cima da mesa, das mentiras espalhadas pelo chão. Gosto de gritos, gemidos e música alta. Gosto de quem despe a alma de preconceitos, medos e traumas e de quem joga na cara o que pensa sem pesar. Eu gosto dos extremos. Porque ninguém é bonito mais ou menos, simpático mais ou menos. Muito menos, feliz mais ou menos! Os equilibrados que me perdoem, mas eu prefiro a confusão. Nada de economia, jogos de sedução, cartas pela metade, "eu te amos" sem emoção, sorrisos amarelos, entrelinhas, silêncios prolongados. Essa vida acontece tão de repente que é um desperdício esperar. É um desperdício manter a pose, contrariar o coração, evitar o risco! Acho extremamente irritante que não se permite, quem fica medindo os sentimentos e as palavras como se tratasse de encontrar uma fórmula contra a vulnerabilidade. Quem não se conhece vulnerável, não conhece a delícia de se sentir protegido! Acho realmente uma perda de oportunidade essa gente que prende o riso, o suspiro, segura a lágrima e vive só de razão. Tenho preguiça de quem não comete erros, gafes, indelicadezas. Para quê estamos aqui, afinal?

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