sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O sexo frágil



A gente lê de tudo. Se entope de informação, de maquiagem e perfume. A gente cresce com os exemplos de nossas mãe e avós. Ouvimos as histórias sem finais felizes várias vezes e adoramos dar um conselho pra qualquer amiga apaixonada. A gente sabe analisar todos os filmes de Woody Allen e possuímos a discografia do B.B. King na estante de casa, junto com os manuais de psicologia, as poesias de Pessoa e revistas de moda.
Nós fazemos depilação definitiva e amizade com a pinça. Fazemos o almoço, a cama e o melhor brigadeiro da vizinhança. Nós fazemos de tudo para nos equilibrar no salto alto, no sorriso largo e na vida louca de todos os dias. Pagamos as contas. Somos espertas, desencanadas, bonitas e independentes! Aprendemos a consertar lâmpadas e matar baratas. Somos charmosas mesmo quando fazemos jogging ou limpamos a casa!
Mas mesmo sendo maravilhosas sozinhas, vivemos para encontrar o amor. E somos incríveis todos os dias, para ver se ele chega mais depressa! Sem segredos: a gente adora ter alguém para contar a história do romance da nossa cabeceira; alguém para aprovar a maquiagem e o perfume novo; alguém que nos faça esquecer as histórias que deram errado e todas as teorias que inventamos sobre os relacionamentos! A gente se derrete com quem sabe rir do humor de Allen e dizer uma gracinha embalada ao som de "You are my sunshine". Gostamos mesmo de ficar bonita para alguém especial; dormir de conchinha; dividir a conta, a cama e o dia! Sim, nós ainda sonhamos com os contos de fadas que nos contaram na infância, com a casa, o jardim, os filhos num baloiço, uma vida simples e feliz ao lado de um príncipe encantado. Talvez por isso, ainda nos considerem o sexo frágil.

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