segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Para quem não gosta do que faz...


Á minha volta, cinco mesas, cinco homens de negócios. Na minha mesa, uma pilha de papéis com estatísticas, gráficos, análises macroecónomicas. Eu juro que estava a adorar o meu monte de números. Estava, até perceber que não ia conseguir despachá-los tão rapidamente quanto gostaria. O mercado de trabalho é duro. O mercado dos estagiários, se existisse tal terminologia, é ainda pior. Além de trabalhar mais, a conta bancária não vê cifrões (no caso, euros) no fim do mês. Então, aonde buscar a motivação quando não se gosta do que se faz?

Cada vez que me conheço melhor, me assuto mais com a minha necessidade em apaixonar-me pelas coisas que me envolvem. Sinto que isso faz toda a diferença quando a questão é dar tudo e fazer o meu melhor. Mas quando isso não é possível (e ás vezes, não é mesmo!) tento encontrar, insistentemente, o lado bom da situação. E caso não haja, há, pelo menos, qualquer coisa cómica para contar. (Por exemplo, é cómico chegar segunda-feira no escritório e falar sobre futebol com os colegas de trabalho, porque é o único assunto com o qual se pode manter uma conversa. Mesmo quando não se entende nada sobre futebol.)
A teoria da relatividade também tem me ajudado. Afinal, é tudo uma questão de "olhos", olhar e ver que nada é definitivo, nada é totalmente desesperante e absolutamente nada é capaz de me fazer parar! (E agora, como plano de fundo começa a música "é melhor ser alegre que ser triste..." cantada pela voz do meu pai, batucando na mesa da cozinha e repetindo a mesma frase durante a música toda. Dá até para me sentir motivada com isso!)

Nesse momento da minha vida, a minha motivação prende-se no futuro, o que não torna as coisas mais leves, por incrível que pareça. Continuo fazendo contas, mesmo quando não se trata do trabalho. Conto as horas, os dias e os meses que faltam para os meus dias melhores. Daqui a dois meses, me despeço da empresa. Daqui a oito meses, me despeço da faculdade e... haverá ainda outra despedida.

P.s. Se isso fosse um diário (ainda bem que não é, exatamente!) acreditem que eu não escolheria tão bem as palavras e as frases para manifestar insastifação momentânea.

2 comentários:

Unknown disse...

Que descoberta que eu acabei de fazer! De muita qualidade o seu blog Carol :)

"Nesse momento da minha vida, a minha motivação prende-se no futuro, o que não torna as coisas mais leves, por incrível que pareça."

Beijnho grande, Raphaella

Thaís Alves disse...

Como me identifiquei com seu post, pois há pouco tempo atrás estava na mesma situação. E pela perda da paixão naquilo que fazia, estou há pouco menos de 2 meses em uma nova cidade, buscando um novo emprego, ao lado do meu amor. Com medo, com o dinheiro acabando e só ele trabalhando, mas com muita fé e paixão pela nova vida que vai acontecer. Por um tempo, foi preciso suportar o tédio, mas sempre chega a hora de arriscar. Boa sorte na tua jornada! Adorei o seu blog, vou seguir, acompanhar e voltar. Beijos